sábado, 14 de fevereiro de 2009

Didática

Nossa lógica capitalista nos subjetiva nas relações da mesma forma, então, quando digo que TENHO um namorado/marido/filho é a lógica de consumo e posse que passa a imperar sobre isso.
E como todo objeto que se consome, ele vai se tornando gasto, velho, vamos enjoando dele, por isso a separação e, muitas vezes, a traição sempre acontece, de alguma forma. É retroalimentar.
A partir daí, também acho que se o outro É MEU, ele tem que ser aquilo que quero, e não a essência do que ele é, o que incorre em ciúmes, obrigações.
Logo, o sentimento se vai, e vem as regras. E, onde há regra, vamos mesmo burlar.
Para dar conta disso, criamos umas "mentirinhas" lindas, mas perversas, como o amor incondicional materno e o amor romântico, que, aprisiona quem sente e gera a inadequação e a patologia para quem percebe que é irreal; mantém a sociedade de consumo funcionando com os cidadãos de bem.
Por isso, quero algo, sem patente, sem regra, mas, que de fato seja a essência do que tem que ser, do tempo que der conta de poder e querer ficar.
É isso.

PS: é mera coincidência, mas bem a propósito, a postagem no Valentine´s Day!

2 comentários:

Emanuelle disse...

"Por isso, quero algo, sem patente, sem regra, mas, que de fato seja a essência do que tem que ser, do tempo que der conta de poder e querer ficar."
É isso

Tudo que sempre quis ouvir de alguém estou ouvindo agora. Tudo que quis sentir, agora sinto. Não preciso de títulos, de nomes... simplesmente preciso do outro, da sua diferença, da nossa vontade de compartilhar momentos e não exigir nada dele, nem ele de mim...Somos pessoas diferentes, não nascemos grudados um no outro, nem acredito que ser dono de alguém me fará conhecer o que é o amor, se é que é isso mesmo que me interessa... outros dão outros nomes, eu chamo de 'nós', os corpos se entendendo, e o sentido que damos a ele, não o dever, nem a nomenclatura...

André disse...

Definição do Aurélio NÓS (aquele das cordas e cadaços: "meio de uma ou de duas cordas, linhas ou fios, a fim de encurtá-los, marcá-los ou uni-los, ligação, união, vínculo, embaraço, estorvo, empecilho, enredo, intriga".
Agora, me expresso em sintonia com o texto: porque tantas cobranças, exigências, contratos e ideais nas relações humanas? Porque não se pode viver apenas o que se é e existe ao invés dos maquiavelismo dos supostos contos de fadas? abraço