quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Nós

Da infinita reta
Distância concreta entre 2 pontos
Fragmento
Espaço no tempo, recorte apontado
2 pontas
que agora se encontram, entrelaçam
Se apertam.
Insuficiente, meio se soltam
Retomam o traçado, num novo enlace
Se juntam, se separam
Agora apertado
Parecendo seguro, sufocam.
Entremeadas no espaço, duas pontas se olham
Repetição, encadeamento
série de movimentos.
A reta se esvai.
Pedaços truncados, nódulos.
A união circular, a reta, o trajeto só se retomam no desatar
Por hora, impedida por nós.

PS: Para o André, pela grande sacada!

3 comentários:

Emanuelle disse...

Nós,
entrelaçam...
às vezes pareço não viver em nós.

Unknown disse...

Sempre acreditei que o fragmento esconde uma gama de possibilidades...
É como a infinita vida da fênix que sempre renasce.
Acredito que talvez seja por isso que vida e morte se completam nesse constante ciclo, cinza e fogo.
A dinâmica da [ex]istência tem um prefixo adequado, aquilo que era é o que pode ser.
(...)
Tudo é movimento, seja de pontas, seja de nó [ou nós]...

André disse...

Imaginei cada movimento do que foi expresso no texto e liguei as situações na vida.
"Se juntam, se separam
Agora apertado
Parecendo seguro, sufocam.
Entremeadas no espaço, duas pontas se olham
...
A união circular, só se retoma no desatar
Por hora, impedida por nós."

Como diz a cantora
"Vim gastando meus sapatos
Me livrando de alguns pesos
Perdoando meus enganos
Desfazendo minhas malas
Talvez assim, chegar mais perto

Vim, achei que eu me acompanhava
E ficava confiante
Outra hora era o nada
A vida presa num barbante
E eu quem dava o nó
...
Tenho coragem tenho medo sim
Que se danem os nós"

Obrigado! Seu poema sim, é uma bela sacada!