quarta-feira, 20 de maio de 2009

Eco

É ...Sempre me pergunto isso...

Pra quê?? Pra quem??

Nunca ouço nada...

E aí?

Sigo em frente!

Muda!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Lélia

E o corpo falava muito!! Tagarelava!!
Ele, que tão pouco ri, sorria descaradamente com os olhos.
Disse-me alguém: Ele diz isso pra todas!
Mas, pra mim, disse um pouco mais...
Disse para além do que gostaria
Disse sem precisar dizer nada.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Somewhere over the rainbow...

"Não é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e Deus." (Clarice Lispector)

"Será que, à medida que você vai vivendo, andando, viajando, vai ficando cada vez mais estrangeiro? Deve haver um porto." Caio Fernando Abreu

sábado, 9 de maio de 2009

Aplicando a lei

“Vamo acordá! Vamo acordá! Porque o sol não espera. Demorô! Vamo acordá! O tempo não cansa.Ontem a noite você pediu, você pediu uma oportunidade, mais uma chance. Como Deus é bom, né não, nêgo? Olha aí, mais um dia todo seu, que céu azul louco, hein? Vamo acordá! Vamo acordá! Agora vem com a sua cara, sou mais você nessa guerra. A preguiça é inimiga da vitória, o fraco não tem espaço e o covarde morre sem tentar. Não vou te enganar, o bagulho tá doido e eu não confio em ninguém, nem em você.Os inimigos vêm de graça, é a selva de pedra, eles matam os humildes demais.Você é do tamanho do seu sonho, faz o certo, faz a sua.Vamo acordá! Vamo acordá! Cabeça erguida, olhar sincero, tá com medo de quê? Nunca foi fácil! Junta os seus pedaços e desce pra arena, mas lembre-se: aconteça o que acontecer nada como um dia após outro dia." (Sou + você - Racionais Mc´s)

terça-feira, 5 de maio de 2009

A vida como ela é...

"Era uma vez, uma mulher que via um futuro grandioso para cada homem que a tocava. Um dia ela se tocou..." (Alice Ruiz)

“... o discurso amoroso é hoje de uma extrema solidão. Tal discurso talvez seja falado por milhares de sujeitos, mas não é sustentado por ninguém…”. (Fragmentos de um discurso amoroso - Roland Barthes)

"Penso: quando você não tem amor, você ainda tem as estradas." (Caio Fernando Abreu)

domingo, 3 de maio de 2009

Luva de pelica

Estava eu voltando para casa outro dia, daqueles dias que você anda mais pensativa que o habitual, que a vida tem menos sentido que o costumeiro. Dentre tantas travessias, parei para atravessar a rua.
Duas senhoras, idade de fato avançada, paradas com a pressa das pessoas, a velocidade dos carros, a modernidade que não permite olharmos para nada que não seja máquina, tentavam também, creio eu que sem sucesso já há alguns minutos. Elas ali, perdidas na temporalidade de outra época, enclausuradas pela condição da tecnologia que o corpo e mente já não acompanham.
Havia também uma família, nuclear demais para os moldes da exclusão: pai, mãe e filho, maltrapilhos, maltrajados, daqueles que a maioria dos que dirigiam rapidamente e impediam a passagem, ou até mesmo aquelas senhoras desviariam se na mesma calçada estivessem. Considerados sem dignidade, sem educação, enfim, incluídos apenas na falta, nas vulgarmente nomeadas carências; carências criadas pela normatização, pela moral que determina como, onde e por quê.
Pois, aquele homem a quem tanto falta, num ímpeto de indignação e cavalheirismo nunca antes visto por mim, foi para o meio da rua e parou os carros com seu corpo tão sem valor produtivo, e gentilmente convidou as senhoras a atravessar, segurando ali com sua mão, que não é de obra, provavelmente, pela sua condição de provável desemprego formal.
Eu ali com meu corpo inserido, com meus trajes modernos e da moda, com meu discurso acadêmico não fui capaz de fazer isso, aliás, nunca nem me ocorreu tal ato.
Enquanto eu faria um memorando, uma denúncia reivindicando condições ou um semáforo, ele transformou a indignação em ato e se mostrou mais cidadão que qualquer um de nós.
Aquele homem com sua pouca instrução formal tem em seu corpo a ética inscrita, porque ele a vive. A carência é de quem?
E ao chegar do outro lado da calçada, a vida voltou a ter sentido e os olhos brilharam, com algumas lágrimas que tentaram também me atravessar, mas, admito, não deixei... há excessos demais em mim e na minha rotina para que elas pudessem cair.