quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Nós

Da infinita reta
Distância concreta entre 2 pontos
Fragmento
Espaço no tempo, recorte apontado
2 pontas
que agora se encontram, entrelaçam
Se apertam.
Insuficiente, meio se soltam
Retomam o traçado, num novo enlace
Se juntam, se separam
Agora apertado
Parecendo seguro, sufocam.
Entremeadas no espaço, duas pontas se olham
Repetição, encadeamento
série de movimentos.
A reta se esvai.
Pedaços truncados, nódulos.
A união circular, a reta, o trajeto só se retomam no desatar
Por hora, impedida por nós.

PS: Para o André, pela grande sacada!

Trorion

Durante muito tempo acreditei que não sonhava. Concreta, fria era assim que me sentia quando ouvia dizerem: ... SEM SONHOS, A VIDA NÃO TEM SENTIDO...
Achava esse discurso etéreo demais, quase metafísico. Como posso me sustentar em efemeridades, fantasias, idéias fugazes e fazer delas meu norteador?
Sabia-me cheia de novos sentidos, uma usina contínua deles, algo devia ter de muito errado aí... Delírio? Patologia? Déficit?
Percebi que mais do que sonhar, executo projetos, sonhos com propósitos, metas que saem da planta e vão se materializando por mim, em obra intensa, mas, sem pressa
Mais que sonhar acordada, prefiro acordar, diariamente, para a vida.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Didática

Nossa lógica capitalista nos subjetiva nas relações da mesma forma, então, quando digo que TENHO um namorado/marido/filho é a lógica de consumo e posse que passa a imperar sobre isso.
E como todo objeto que se consome, ele vai se tornando gasto, velho, vamos enjoando dele, por isso a separação e, muitas vezes, a traição sempre acontece, de alguma forma. É retroalimentar.
A partir daí, também acho que se o outro É MEU, ele tem que ser aquilo que quero, e não a essência do que ele é, o que incorre em ciúmes, obrigações.
Logo, o sentimento se vai, e vem as regras. E, onde há regra, vamos mesmo burlar.
Para dar conta disso, criamos umas "mentirinhas" lindas, mas perversas, como o amor incondicional materno e o amor romântico, que, aprisiona quem sente e gera a inadequação e a patologia para quem percebe que é irreal; mantém a sociedade de consumo funcionando com os cidadãos de bem.
Por isso, quero algo, sem patente, sem regra, mas, que de fato seja a essência do que tem que ser, do tempo que der conta de poder e querer ficar.
É isso.

PS: é mera coincidência, mas bem a propósito, a postagem no Valentine´s Day!