EU que sou diverso em MUITOS dos meus DESEJOS,
não VEJO como em SER uno, indivisível,estável demais PROS meus CANTINHOS de alma.
Eu que SOU diverso
OLHO meus avessos e ENCONTRO poesia nas MINHAS cores e CÓRNEAS
filtrantes das ILUSÕES vividas.
Eu que sou DIVERSO,
entendo IDÉIAS, pontos de VISTA e visito ERROS, alheios e MEUS, sempre meus.
NUNCA em mim a verdade é UMA só, sempre COM tonalidades disformes
em MEUS atalhos de ALMA.
Eu que SOU DIVERSO me AFASTO do normal, do CONCRETO, inteligível.
PREFIRO o perdido, o PROSCRITO, o ERRADO, instável aos TEUS olhos,
PORQUE eu sou DIVERSO de momentos e AÇÕES.
(Dan)
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Dos Reis
Hoje, enquanto tomava meu cafézinho, me lembrei do meu avô. Café com rapadura. Amo!
Convivi pouco com meu avô, consequências de decisões dos adultos de vida amarga, que afastam as crianças das coisas doces da vida.
Mas, lembranças os adultos não controlam, e elas emergem através de falas, juntamente com a fumaça do café, o cheiro da rapadura.
Meu avô era um homem calado, olhos azuis doloridos: pela vida e de tão lindos!
Distante, tinha em seu quartinho de bagunça o fetiche de todos os netos. Éramos proibidos de entrar! No máximo, até a porta! Assim era ele também, só chegávamos até onde ele deixava.
Sei que na vida, as estratégias é que dão o tom, e por um pouco do afeto do outro, a gente faz muitas coisas. Sei que consegui atrair meu avô para perto de mim: o fisguei com rapadura!
Ele amava rapadura e desde muito nova descobri meu gosto por doces, em especial, a tal da rapadura.
Era um ritual: canivete em uma mão, rapadura na outra, nós dois, sentados no chão. Lascas e mais lascas divididas comigo, ali em silêncio, eu fazendo parte daquele momento, onde meu avô parava para algo doce.
Até que eu cresci, a gente se afastou, e um dia ele se foi... por ironia, morreu numa Páscoa, cheia de chocolates.
Na época, sem muito gosto, mas, hoje, meio azedo, meio amargo.
Nunca mais teve rapadura na minha avó, o quartinho foi desfeito. Ele levou os olhos azuis, o silêncio ficou.
Convivi pouco com meu avô, consequências de decisões dos adultos de vida amarga, que afastam as crianças das coisas doces da vida.
Mas, lembranças os adultos não controlam, e elas emergem através de falas, juntamente com a fumaça do café, o cheiro da rapadura.
Meu avô era um homem calado, olhos azuis doloridos: pela vida e de tão lindos!
Distante, tinha em seu quartinho de bagunça o fetiche de todos os netos. Éramos proibidos de entrar! No máximo, até a porta! Assim era ele também, só chegávamos até onde ele deixava.
Sei que na vida, as estratégias é que dão o tom, e por um pouco do afeto do outro, a gente faz muitas coisas. Sei que consegui atrair meu avô para perto de mim: o fisguei com rapadura!
Ele amava rapadura e desde muito nova descobri meu gosto por doces, em especial, a tal da rapadura.
Era um ritual: canivete em uma mão, rapadura na outra, nós dois, sentados no chão. Lascas e mais lascas divididas comigo, ali em silêncio, eu fazendo parte daquele momento, onde meu avô parava para algo doce.
Até que eu cresci, a gente se afastou, e um dia ele se foi... por ironia, morreu numa Páscoa, cheia de chocolates.
Na época, sem muito gosto, mas, hoje, meio azedo, meio amargo.
Nunca mais teve rapadura na minha avó, o quartinho foi desfeito. Ele levou os olhos azuis, o silêncio ficou.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Far away, so close
E para muitos era só um abraço... sim, um abraço!
Silêncio, total silêncio!
Mas, só eles sabiam que o mundo cabia neles...
É, o mundo cabe em nós!
Silêncio, total silêncio!
Mas, só eles sabiam que o mundo cabia neles...
É, o mundo cabe em nós!
domingo, 2 de novembro de 2008
Rindo por último, rindo melhor
Eu sou uma menina triste, porque ainda se tem esteriótipos demais sobre o que é ser menina.
Eu sou uma menina triste, porque me incomodo com as injustiças da vida.
Eu sou uma menina triste, porque nunca morei perto do mar.
Eu sou uma menina triste, porque doces engordam muito.
Eu sou uma menina triste, porque não tenho uma piscina Olímpica em casa.
Eu sou uma menina triste, porque não tem Pilates 7 dias da semana.
Eu sou uma menina triste, porque Deus só ajuda quem cedo madruga.
Eu sou uma menina triste, porque estou há muito tempo na sala de ESPERA.
Eu sou uma menina triste, porque meu útero continua improdutivo.
Eu sou uma menina triste, porque preciso de silêncio e tudo e todos fazem muito barulho por nada.
Eu sou uma menina triste, porque sofro de cafunédependência sem nunca ter tido um por muito tempo.
Eu sou uma menina triste, porque só tenho duas pernas e dois olhos para conhecer um mundo inteiro.
Eu sou uma menina triste, porque dentro de mim já não cabem mais meus sonhos e não tenho como me ampliar.
Eu sou uma menina triste, porque há muito tempo a ilusão e a esperança deixaram de ser minhas inquilinas.
Eu sou uma menina triste, porque, para mim, palavras, gestos e olhares têm contexto e sentido, não são coisas que se banalizam e que se "deixa pra lá".
Eu sou uma menina triste, porque vivo sempre como equilibrista, e além de estar cansada disso, nem gosto de circo.
Eu sou uma menina triste, porque dispensei muito tempo para gente que se convencionou dizer que nos amam incondicionalmente.
Eu sou uma menina triste, porque as pessoas com quem aprendi o que é de fato amar estão muito longe de mim.
Eu sou uma menina triste, porque poucos querem me conhecer de verdade.
Eu sou uma menina triste, porque para mim, sentimentos não estão apenas na literatura e nos filmes, mas, fazem parte da minha vida.
Eu sou uma menina triste, porque não sei jogar. Só aprendi a viver, me jogando com proteção adequada.
Eu sou uma menina triste, porque praticidade é entendido como frieza.
Eu sou uma menina triste, porque esse é o nome que se dá para chamar o que eu sinto, ainda que eu assim não me sinta.
Eu sou uma menina triste, de tanto me obrigarem a ter que ser feliz.
Eu sou uma menina triste, porque me incomodo com as injustiças da vida.
Eu sou uma menina triste, porque nunca morei perto do mar.
Eu sou uma menina triste, porque doces engordam muito.
Eu sou uma menina triste, porque não tenho uma piscina Olímpica em casa.
Eu sou uma menina triste, porque não tem Pilates 7 dias da semana.
Eu sou uma menina triste, porque Deus só ajuda quem cedo madruga.
Eu sou uma menina triste, porque estou há muito tempo na sala de ESPERA.
Eu sou uma menina triste, porque meu útero continua improdutivo.
Eu sou uma menina triste, porque preciso de silêncio e tudo e todos fazem muito barulho por nada.
Eu sou uma menina triste, porque sofro de cafunédependência sem nunca ter tido um por muito tempo.
Eu sou uma menina triste, porque só tenho duas pernas e dois olhos para conhecer um mundo inteiro.
Eu sou uma menina triste, porque dentro de mim já não cabem mais meus sonhos e não tenho como me ampliar.
Eu sou uma menina triste, porque há muito tempo a ilusão e a esperança deixaram de ser minhas inquilinas.
Eu sou uma menina triste, porque, para mim, palavras, gestos e olhares têm contexto e sentido, não são coisas que se banalizam e que se "deixa pra lá".
Eu sou uma menina triste, porque vivo sempre como equilibrista, e além de estar cansada disso, nem gosto de circo.
Eu sou uma menina triste, porque dispensei muito tempo para gente que se convencionou dizer que nos amam incondicionalmente.
Eu sou uma menina triste, porque as pessoas com quem aprendi o que é de fato amar estão muito longe de mim.
Eu sou uma menina triste, porque poucos querem me conhecer de verdade.
Eu sou uma menina triste, porque para mim, sentimentos não estão apenas na literatura e nos filmes, mas, fazem parte da minha vida.
Eu sou uma menina triste, porque não sei jogar. Só aprendi a viver, me jogando com proteção adequada.
Eu sou uma menina triste, porque praticidade é entendido como frieza.
Eu sou uma menina triste, porque esse é o nome que se dá para chamar o que eu sinto, ainda que eu assim não me sinta.
Eu sou uma menina triste, de tanto me obrigarem a ter que ser feliz.